A palavra comunidade tem origem no termo latim communĭtas. O conceito refere-se à qualidade daquilo que é comum, pelo que permite definir distintos tipos de conjuntos: das pessoas que fazem parte de uma população, de uma região ou nação; das nações que se encontram unidas por acordos políticos e económicos (como a Comunidade Europeia ou o Mercosul/Mercado Comum do Sul); ou de pessoas vinculadas por interesses comuns (como é o caso da comunidade católica).
No caso da Espanha, por exemplo, uma Comunidade Autónoma é uma entidade territorial que, dentro da ordem constitucional do Estado espanhol, tem autonomia legislativa e competências executivas. Também dispõe da faculdade de ser administrada através dos seus próprios representantes.
Pode-se dizer que uma comunidade é um grupo de seres humanos que partilham elementos em comum, como o idioma, os costumes, a localização geográfica, a visão do mundo ou os valores, por exemplo. No seio de uma comunidade, é hábito criar-se uma identidade comum mediante a diferenciação de outro(a)s grupos ou comunidades.
Do ponto de vista da sociologia, certos lugares como as cadeias ou os quartéis também são comunidades que podem ser descritas e analisadas. Por outro lado, no mundo laboral, uma empresa também é uma comunidade, uma vez que os seus integrantes partilham de objectivos comuns e de uma filosofia corporativa.
Graças ao desenvolvimento das novas tecnologias e da Internet, formaram-se as chamadas comunidades virtuais. As redes sociais, os fóruns, os sistemas de mensagens instantâneas e os blogues são espaços que permitem a criação deste tipo de comunidades.
Assistimos hoje a uma transmutação do conceito de "comunidade" em "redes sociais". Esta mudança deve-se em grande parte à explosão das comunidades virtuais no ciberespaço, facto que acabou gerando uma série de estudos não apenas sobre essa nova maneira de se fazer sociedade, mas igualmente sobre a estrutura dinâmica das redes de comunicação. No centro dessa transformação, conceitos como capital social, confiança e
simpatia parcial são invocados para que possamos pensar as novas formas de associação que regulam a atividade humana em nossa época.
Cada um de nós possui uma visão clara da rede de relacionamentos à qual pertence, mas não é possível perceber facilmente a rede à qual os outros pertencem. Isso inclui não apenas aqueles que não conhecemos, mas também os que fazem parte de nossas relações. Pessoas que conhecemos e com quem temos laços fracos.
O tamanho, a densidade e heterogeneidade das cidades contemporâneas têm alimentado laços superficiais, transitórios, especializados e desconectados nas vizinhanças e ruas. Com isso, os laços de família extensos têm se esvaziado e deixado os indivíduos sozinhos com seus próprios recursos, além de poucos amigos, transitórios e incertos. Como consequência, indivíduos solitários sofrerão mais seriamente de doenças devido à ausência de suporte social de amigos e parentes.
Estamos diante de novas formas de associação, imersos numa complexidade chamada rede social, com muitas dimensões, e que mobiliza o fluxo de recursos entre inúmeros indivíduos distribuídos segundo padrões variáveis.
A capacidade de interação dos indivíduos, seu potencial para interagir com os que estão a sua volta, com seus parentes, amigos, colegas de trabalho, mas também com os que estão distantes e que podem ser acessados remotamente. Capital social significaria aqui a capacidade de os indivíduos produzirem suas próprias redes, suas comunidades pessoais.
As instituições exercem um papel regulador e mediador de processos mais profundos. Para avaliarmos este papel das instituições, importa saber se as pessoas conversam com seus vizinhos, recebem telefonemas, mas também se frequentam clubes, igrejas, escolas, hospitais etc. Traduzindo de outra forma, é preciso levantar a implicação dos indivíduos em associações locais e redes (capital social estrutural), avaliar a confiança e aderência às normas (capital social cognitivo) e, igualmente, analisar a ocorrência de ações coletivas (coesão social). Estes seriam alguns indicadores básicos do capital social de uma comunidade.